23/12/08

UM PRESÉPIO. UM POEMA DE NATÁLIA CORREIA [6]

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FALAVAM-LHE DE AMOR

Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque de fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.

Natália Correia
in Poesia Completa - O Sol nas Noites
e o Luar nos Dias
Ed. D. Quixote, 1999


Fotografia - TINTA AZUL. 17.12.08 [Exposição de presépios criados por crianças de Escolas Básicas e Jardins de Infância da Região Norte].

1 comentário:

GP disse...

Um poema bonito como o Natal que eu te desejo.

Beijinho