28/02/09

LUGARES COMUNS

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LUGARES COMUNS
Tinta-Azul

De manhã. Passagem rápida. Apressada. À noite. Espera. Extenuada. Entretanto mais um dia. De trabalho. Viagem de madrugada. Viagem ao anoitecer. Entre tantos lugares comuns. Entretantos de outros olhares, de outros sentires, de outra música. E o desejo de chegar. A casa. O conforto. O descanso.

As imagens - da Estação de Santa Apolónia, onde tantas vezes passei e esperei pelo alfa pendular que me havia de trazer de regresso a casa.

A música - da Sinfonia nº 2 de Gustav Mahler - Ressureição -, reinterpretada por Uri Caine. [CD Urlicht/Primal Light]

9 comentários:

vbm disse...

Também faço essa viagem com frequência; mas se a estação filmada é suposta ser a de Stª Apolónia, confesso que não estou a reconhecer aquele gradeamento... será que nunca reparei!?

Anónimo disse...

Olá Amiga!
Entrei e… "deixei-me levar" ao som de mais uma bela música. Tenha um bom final de semana! Beijos! António

Tinta Azul disse...

vbm,
Nunca reparaste, pois as fotografias são mesmo da Estação de Santa Apolónia.
Por isso "lugares comuns" e "entretantos de outros olhares".
Na sala de espera junto à linha 1.
No ano de 2007 e metade de 2008 fui com muita frequência a Lisboa, muitas vezes mais que uma vez por semana, quase sempre de comboio, por isso tive tempo para reparar em tantas coisas.
:)

Duarte disse...

Aproveito para fazer um comentário sobre o que me passou na estação de Santa Apolónia. É um daqueles casos que geralmente só acontecem em países pouco desarrolhados, mas este caso foi em Lisboa.
Quem viaja entre entre o Porto e Lisboa, se vai do Porto termina em Santa Apolónia. Utilizei o Alfa Pendular, aconselhado pelo empregado da bilheteira de Campanhã. Era uma viagem de ida e volta. Há muito que não ia a Lisboa de comboio e aproveitei para apreciar durante o trajecto os progressos da minha terra. As coisas apenas mudaram e dito comboio está muito aquém de ser o que se usa em Europa: um serviço nefasto. Mas o melhor ainda estava por acontecer.
31 de dezembro de 2007. Tinha ficado com a minha irmã em que passaríamos o fim de ano juntos e tinha lugar marcado no dito Alfa às quatro e algo da tarde. Cheguei um quarto de hora antes. Nesse momento o sol incidia sobre um directório existente à entrada da estação e era impossível ver em que linha estava o meu comboio, já que o bilhete não indicava nada. Entrei na gare, não vi nenhum comboio nem nenhuma pessoa. Por fim aparece um senhor com fardamento da CP e consulto-o. Indica-me com o dedo indicador a linha da esquerda e agrega que não demorará em ocupar ali o seu sitio, que aguarde. Passa o tempo e quando já é a hora, e não está dito comboio, volto a insistir com a minha pergunta a dita pessoa, que estava a uns escassos metros. Olha para mim e comenta que lhe parece estranho, que me dirigisse ao fundo da gare á esquerda por se está ali. Agarro a mala e começo a correr, pois imaginei o que estava a passar. Quando cheguei ao suposto sitio o comboio iniciava a marcha e eu ficava em terra. Procurei a aquela pessoa e já não estava no mesmo sitio. Como não via a ninguém dirigi-me à bilheteira. Atendeu-me uma senhora a quem contei a minha odisseia. Com aspecto sereno e o esboço dum leve sorriso indicou-me a hora do seguinte comboio para o Porto e a taxa que tinha que pagar: disse-lhe de tudo, pela indignação acumulada, e pedi para falar com o chefe da estação, ou me proporcionasse um livro de reclamações. Era a data na que estávamos e não havia nenhuma pessoa que quisesse assumir responsabilidades. Deram-me um impresso para ser preenchido e entregado ao revisor do comboio no qual tinha que viajar. Hoje, um ano depois, continuo à espera de uma desculpa pela falta de assistência a um usuário da via férrea, da CP, uma companhia que leva um atraso de muitos anos no que deve de ser um serviço digno.
Cheguei mais tarde e num comboio que se denominava rápido, que parou em quase todas as estações, e que quando se embalava parecia um cabalo aos estirões. Estes são os serviços que ainda temos na melhor companhia portuguesa dos caminhos de ferro.
Desculpa pelo desabafo.
Para compensar recebe um chi-coração

Tinta Azul disse...

Duarte,
fizeste-me lembrar um episódio que relatei de modo muito sucinto no post de 20.12.06

http://aluaflutua.blogspot.com/2006/12/comboios-de-portugal.html


"Hoje, a viagem Porto-Lisboa no alfa das 7.15 h, durou cerca de cinco horas. Cinco!
No regresso, Alfa das 16.55 h, a CP desejou aos passageiros, através do painel digital, uma Páscoa Feliz.
Cinco horas para chegar a Lisboa, uns instantes para chegar à Primavera. Obrigada CP, por me teres tirado dum dia tão frio de Dezembro e me teres posto num ameno dia de Primavera. Quanto ao atraso de duas horas, ora, que importa isso, afinal estamos no Natal!"

vbm, António, Duarte,
Para todos um bom Domingo
:)

Unknown disse...

Este teu post fez-me lembrar todos os regressos, daqueles anos, em que trabalhámos debaixo do mesmo tecto.
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E, sim! reconheço este gradeamento ondulante e a sensação de ter acabado mais um dia de trabalho, noutra cidade...
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[Beijo...@]

vbm disse...

:))

Giro!

Como temos diversificadas experiências do comboio da nossa terra :)

Normalmente, viajo no Intercidades, e tenho tido sempre horários cumpridos à tabela.

O túnel de Campanhã já foi uma experiência de terror, quando não havia elevadores nem escadas rolantes para as plataformas de embarque.

Mas, antigamente, o carro
era a solução mais aconselhável.

O desabafo do Duarte é bem compreensível;
eu sempre me inquieto até certificar-me exactamente qual o cais de partida... :)

{e, já agora, cartesiana e solipsisticamente, nunca tomo como certas e indubitáveis, as indicações que solicito e recolho de terceiros antes de as ver formal e factualmente confirmadas! :)}

Viajo de Santa Apolónia até São Bento e vice-versa. Até costumo esperar, tomar um café, ler um livro ou fazer um sudoku, nessa sala de espera da linha 1 em Santa Apolónia. Mas, realmente, nunca notei o gradeamento! Hei-de olhar da próxima vez - e lembrar-me da luazul :))

Abraço.
Bom Domingo a todos,

Vasco

Justine disse...

A música também é um lugar comum, partilhável. Fico-me por aí...

Manuel Veiga disse...

partir e chegar... pendular(mente)!

beijo